sábado, 19 de novembro de 2011

Sobre o resepeito






Muitas vezes, no dia a dia, vamos nos deparando com manifestações preconceituosas e críticas em relação a nós mesmos ou a fatos e idéias com as quais nos identificamos, ou a pessoas de quem gostamos. Não é muito fácil conviver com idéias opostas, ou gostos contrários, mas com educação e cordialidade é até possível que os opostos convivam. Porém nessa época em que todos tem espaço e voz através dos meios digitais, quem antes ficava oculto no anonimato das limitações de comunicação, hoje entra em nossa vida com tudo, sem bater na porta, sem ao menos pedir licença, sem um mínimo de respeito às nossas posições.

Em outra ocasião, encontrei neste link um belo ponto de vista de Leonardo Boff sobre respeito:

O respeito implica reconhecer que cada ser vale por si mesmo, porque simplesmente existe e, ao existir, expressa algo do Ser e daquela Fonte originária de energia e de virtualidades da qual todos provém e para a qual todos retornam . Numa perspectiva religiosa, cada ser expressa o próprio Criador.

Ao captarmos os seres como valor intrínseco, surge em nós o sentimento de cuidado e de responsabilidade para com eles a fim de que possam continuar a ser a a coevoluir.

As culturas originárias atestam a veneração face à majestade do universo, o respeito pela natureza e para cada um de seus representantes.

Vejo que é desse respeito profundo e verdadeiro que a sociedade carece, muitas vezes sem saber do que especificamente está precisando. Ando por aí e vejo indivíduos secos, sem graça, sem vida. Olhando uns aos outros como meros indivíduos, como agentes comerciais, como clientes, e não mais como humanos. Isso quando não se olham com preconceito, sectarismo, etc. É da natureza humana o individualismo e a insensibilidade quanto à situação alheia, certo? Não sei… Pode ser da natureza humana, mas convenhamos que nem tudo que nos é natural, nos será digno.

Quero acreditar que o verdadeiro e grandioso espírito humano é aquele que se importa, sim, com a situação alheia. Ele sabe que o grande mal da humanidade é a IGNORÂNCIA, a desatenção, e a partir deste dicernimento, passa a olhar os outros como irmãos menores. Ou mais, quanto mais consciência temos de nossa humanidade, mais olhamos os outros como o pai que cuida zelosamente de seus filhos, sabendo de suas “inconsciências”, com a paciência digna e valorosa de um verdadeiro zelador.

Ronaud Pereira

Texto extraido do site de Ronaud.com