sexta-feira, 14 de maio de 2010

Tem pão velho?...


Vou contar um fato corriqueiro que, inesperadamente, me trouxe uma grande lição de vida.
Era um fim de tarde de sábado. Eu estava molhando o jardim da minha casa, quando fui interpelada por um garotinho com pouco mais de 9 anos, dizendo:
- Dona, tem pão velho?



Essa coisa de pedir pão velho sempre me incomodou desde criança.
Olhei para aquele menino tão nostálgico e perguntei:
- Onde você mora?
- Depois do zoológico.
- Bem longe, hein?
- É… mas eu tenho que pedir as coisas para comer.
- Você está na escola?
- Não. Minha mãe não pode comprar material.
- Seu pai mora com vocês?
- Ele sumiu.
E o papo prosseguiu, até que disse:
- Vou buscar o pão. Serve pão novo?
- Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, isso é suficiente.

Que poder mágico tem o gesto de falar e ouvir com amor!
Alguns anos já se passaram e continuam pedindo “pão velho” na minha casa…
e eu dando “pão novo”, mas procurando antes compartilhar o pão das pequenas conversas, o pão dos gestos que acolhem e promovem.


Este pão de amor não fica velho, porque é fabricado no coração de quem acredita Naquele que disse:



“Eu sou o pão da vida!”
Verifique quantas pessoas talvez estejam esperando uma só palavra sua.


Tem pão velho?
Antônio Maia

Fonte:mensagens e Poemas

15 comentários:

  1. Oi Joana,

    O texto é significativo e nos leva a pensar, mas no Rio de Janeiro as coisas andam um pouco mudadas. Ninguém mais pede "pão velho" como antigamente. Agora só pedem biscoito. Uma vez, há muito tempo, vieram me pedir biscoito na porta. Eu estava passando por dificuldades na época e não tinha nem biscoito nem pão. Perguntei se queriam umas laranjas. Dei minhas últimas laranjas e fiquei com a geladeira vazia. Da janela pude ver o garoto subindo o morro com as laranjas. Já estava até me sentindo bem por ter dado a ele alimento, quando vi que o menino jogou todas as laranjas fora morro abaixo. Fiquei indignada! De outra vez vieram me pedir biscoito (outro garoto), eu disse que só tinha pão. O garoto me olhou com cara de pouco caso e disse: "Ah pão eu não quero!". Depois disso, minha amiga, nunca mais! Eles que peçam aos parentes!

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  2. Muito bonito o texto amiga, mais eu assino em baixo do comentário da Leila, em sua totalidade.
    Abraços forte

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  3. Por aqui onde moro pouco se vê pedintes. Até é de estranhar, dá impressao que deram fim nos mendigos da cidade. Mas raramente ou nao, aparecem sim, nao pedem pao velho, e sim dinheiro , roupa ou refeição pronta.
    bjs

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  4. Joana
    Hoje voce conseguiu nos dar uma grande lição de vida
    Quantas crianças aguardam por uma palavra de amor, conforto e principalmente carinho,
    Sabemos que a fome neste país está além de nossos "bolsos", mas certamente com um pouco de cada um ela possa ser ao menos minimizada no dia a dia, não deixando que crianças passem a fome do dia.
    Não vamos consertar o mundo, sabemos disto, mas aliviaremos a fome deles e ainda poderemos lhe dar uma palavra de carinho.
    Seu texto me lembrou tempos de criança, quando, em algumas oportunidades pedia a minha mãe que ajudasse crianças quando batiam a nossa porta, era gratificante receber um agradecimento em forma de sorriso.
    Parabens pela mensagem

    Um forte abraço
    Mad

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  5. Normalmente eu nunca dou, afinal pode atrapalhar o almoço da criança.

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  6. Nossa, ele só queria na verdade alguém que se importasse...Que tristeza.
    Bjos

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  7. No falar, no olhar, no sorrir e no toque se pode transmitir uma quantidade tão grande de amor que é o suficiente para alimentar a solidão da pessoa naquele momento.

    Conheço pessoas que guardam pão para dar quando a "incomodam" mas meus pais me ensinaram a dar somente aquilo que esteja nas exatas condições de qualidade de consumo como se fossem para nossos filhos.

    Que possamos sempre dar pão novo, fresquinho e quentinho.

    Um abraço.

    Drauzio Milagres

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  8. Olá querida Joana,

    Lindo o texto que publicou!
    Na verdade, muitos precisam do alimento para saciar a fome, outros precisam de uma conversa para se sentirem valorizados, outros pedem e se não recebem o que solicitam, se desfazem do desagrado, com a amiga Leila descreveu.
    Aqui na minha cidade, não tem muitos pedintes, mas na minha rua tenho alguns "afilhados" como diz meu marido, que toda semana comparecem, cada um tem seu dia certo e não consigo dizer "não". Eles sempre vão embora com uma sacolinha e alguns mantimentos. Já deixo reservado para eles. Às vezes pedem remédios. Peço a receita e se não consigo na Prefeitura, compro, mas não dou dinheiro.

    "Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me mestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me." Mateus 25: 35-36.

    Toda vez que batem à minha porta, lembro-me do texto bíblico acima e, simplesmente, não deixo irem de mãos vazias.

    Parabéns pela postagem.

    Carinhoso e fraterno abraço,
    Lilian

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  9. Bela mensagem, mas acho que o garotinho gostaria de receber o pão novo sim rsrsrsrs
    Abraço!

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  10. Oi minha querida Jô

    Ja tinha visto esse texto.Serve de muita reflexão, pois algumas palavras alimentam muito mais do que um pão novo.Mas infelismente as pessoas não tem tempo de doar palavras e preferem dar só o dinheiro ou o pão velho, sem se importar co qum tá pedindo.
    Bjs no coração

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  11. Te indiquei para o Sunshine Awards no diHITT.

    REGRAS PARA ACEITAÇÃO DO PRÊMIO:

    * Colar a logo do prêmio no seu blog ou em um post
    * Repassar o prêmio para outros 12 bloggers
    * Incluir o link dos indicados no post
    * Informar os indicados sobre o prêmio, deixando comentários em seus blogs
    * Compartilhar o link com a pessoa que lhe enviou o prêmio.
    bjs linda

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  12. Oi Joana, querida!
    Sempre gostei de dividir...meu pai nos ensinou isso! Sempre falou sobre a solidariedade que devemos ter para com o próximo e animais.
    Cresci pensando no quanto poderíamos diminuir a fome se cada um fizesse uma pequena doação dessa. Infelizmente, nos último tempos, nunca sabemos quando estamos de fato ajudando a quem precisa ou a grupos organizados e desonestos que sobrevivem da generosidade alheia. Já tive gente pedindo ajuda e quando ofereci pão, bolacha ou qualquer outro tipo de alimento, fizesse cara feia, esnobando e dizendo que queria mesmo dinheiro! E isso não dou! Já tive em minha porta pessoas pedindo ajuda e eu propor trabalho para garantir renda mensal, etc e receber comentários indignados...rs. Já recebi sorrisos, lágrimas e um "muito obrigado e que Deus te abençoe" (mas isso foi bem pouco).
    Hoje, amiga, eu e o meu marido preferimos ajudar em atos e campanhas. Meu marido faz parte de um grupo em São Paulo que se chama 4A. Eles selecionam todos os meses uma instituição diferente e dedicam um sábado inteiro em prol da escolhida. Fazem reparos no local (marcenaria, pintura, jardinagem, etc), brincam, doam alimentos, roupas e levam palavras de fé e otimismo. Eu ajudo nas arrecadações com empresas locais. Achamos que desta forma contribuimos mais expressivamente com quem sabemos precisar de verdade.
    Adorei o seu post! Parabéns!
    Grande beijo,
    Jackie

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  13. Olá Joana,

    Linda história,

    Compartilhar o pão com atenção e afeto, melhor ainda...

    Abraço

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  14. Olá.
    Que história linda.
    O pão velho,o pão novo,o pão do coração.
    Abraços

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